09/05/2024
Leptospirose: saiba como se prevenir da doença durante enchentes e chuvas intensas
A prevalência dessa enfermidade, especialmente em regiões propensas a inundações e chuvas intensas, tem despertado preocupações de saúde pública em todo o mundo.
As chuvas intensas e as inundações, como as que estão ocorrendo atualmente no Rio Grande do Sul, podem aumentar o risco de leptospirose entre a população. Isso ocorre devido ao contato com água e lama contaminadas, onde a infecção pode ser transmitida através da urina de animais, principalmente ratos, que são portadores da bactéria.
O que é leptospirose?
A leptospirose é uma doença febril de natureza infecciosa. Os sintomas incluem febre alta, calafrios, dores de cabeça, dores musculares (especialmente na panturrilha), falta de apetite, náuseas e vômitos. Em alguns casos, os olhos vermelhos também são um sintoma característico.
Quadros mais graves, que ocorrem em cerca de 15% dos casos, geralmente surgem após a segunda semana de infecção, quando há aumento na produção de anticorpos. Estes sintomas podem incluir icterícia, insuficiência renal, confusão mental e hemorragias. Tosse seca e dificuldade respiratória podem indicar complicações nos pulmões.
Taxa de mortalidade da leptospirose
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de mortalidade da leptospirose é de aproximadamente 10%, podendo chegar a 50% em casos de hemorragia pulmonar. No Brasil, no ano passado, dos 3.128 casos confirmados, 258 resultaram em óbito.
Devido ao fato de que os testes atuais só conseguem detectar a leptospirose após uma semana do início dos sintomas, é crucial buscar atendimento médico assim que houver suspeita de infecção, especialmente após exposição a enchentes, pois a doença pode se manifestar até 30 dias depois do contato com água ou lama contaminadas.
Como prevenir a leptospirose?
Para prevenir a infecção durante inundações, é recomendado cobrir cortes ou ferimentos com bandagens à prova d’água, usar botas e luvas ou sacos plásticos nas mãos e nos pés para reduzir o contato com água contaminada, limpar e desinfetar áreas afetadas após a inundação, evitar nadar ou beber água doce de fontes possivelmente contaminadas, descartar alimentos e medicamentos que entraram em contato com a água da enchente, tratar a água antes de consumir e, se for profissional de saúde ou resgate, utilizar equipamentos de proteção individual.
Controlar a população de roedores também é importante para prevenir a propagação da doença, o que pode ser feito através da correta eliminação do lixo, vedação de frestas e aberturas em portas e rodapés, e armazenamento adequado do lixo até sua coleta.
Tratamento da leptospirose
Em relação ao tratamento, antibióticos devem ser administrados assim que houver suspeita da doença. Para casos leves, o tratamento é ambulatorial, mas em casos graves, a hospitalização é necessária para evitar complicações e reduzir a mortalidade. Os antibióticos mais comumente usados incluem Doxiciclina, Amoxicilina, Penicilina cristalina, Penicilina G cristalina, Ampicilina, Ceftriaxona ou Cefotaxima.
A leptospirose representa uma preocupação significativa em áreas propensas a inundações e chuvas intensas, como evidenciado pelos surtos recentes no Brasil. Sua natureza infecciosa e os sintomas variados, que podem progredir para complicações graves, destacam a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado. A educação sobre medidas preventivas, o controle de roedores e o acesso rápido a cuidados médicos são fundamentais para mitigar o impacto desta doença e proteger a saúde pública.
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