Cultivo de plantas em casa aumenta na pandemia
Cultivo de flores e plantas ajudam a aliviar ansiedade e depressão na pandemia; descubra quais podem ser criadas em casa sem perigo para crianças e animais
Em isolamento social, as pessoas tendem a sentir falta de sair e do contato com a natureza, por isso, ter plantas em casa e cuidar delas podem ser um alívio e um passatempo que pode facilmente ser incorporado à rotina.
Manter plantas em casa exige cuidados simples que podem ser feitos por qualquer pessoa, sem a necessidade de contratar um profissional. Além do contato com um pouco de natureza dentro de casa, o cultivo de plantas ainda é uma atividade terapêutica, como cita a jornalista Melissa Carmelo, de 30 anos. Ela conta que sempre gostou de plantas, mas a lida e a convivência diária com as plantas vieram para ficar durante a pandemia de covid-19, em agosto de 2020.
“Assim como muitos brasileiros, desenvolvi um quadro emocional de ansiedade e pânico, e durante uma sessão de terapia foi que as plantas surgiram como forma de resgate de memórias acolhedoras da infância e como uma atividade segura que me permite a abstenção do momento presente”.
cita a jornalista Melissa Carmelo
“Na era do compartilhamento, fomos pegos de surpresa por um vírus que nos impede de ir e vir e nos questiona sobre respeito ao próximo, política, planos e escolhas. Descobri que me faz bem poder compartilhar com familiares, amigos e vizinhos, vasinhos ou mudas das minhas próprias plantas como forma de aproximação emocional!”
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Dicas para começar a cultivar suas plantas em casa
Para quem ainda não começou e pretende manter plantas e flores em casa ou mesmo apartamento, as plantas mais indicadas seguem abaixo.
Quem dá as dicas é a Regina Bazani, especialista em plantas e flores ornamentais da MilPlantas (perfil do instagram: @milplantas)
Cróton
Esta espécie chama a atenção por suas folhas coloridas e grandes. Brilhantes e um pouco retorcidas, elas surgem em tamanhos variados e podem mesclar tons de vermelho, amarelo, verde ou laranja, formando lindas combinações. A folhagem exuberante somente será mantida se a planta receber bastante sol direto. “Por isso, posicione o vaso próximo a uma janela. Dicas importantes: ela não se adapta a locais com ar condicionado; ao manipular a planta, utilize luvas, pois sua seiva pode provocar irritações na pele”, aconselha Regina.
Orquídea
Campeã no uso interno, ela pede poucos cuidados. Uma das espécies mais comuns é a phalaenopsis, cujas flores arredondadas variam entre o branco, o rosa, o amarelo e a púrpura. Por ser bastante delicada, é melhor escorar sua haste em um apoio. “Vale a pena substituir os vasos de plástico pelos de barro, pois são porosos e drenam melhor a água. Deve ser cultivada à meia-sombra, recebendo iluminação indireta. Preste atenção na coloração da folhagem: se estiver escura, mude a orquídea de local”, diz a especialista.
Suculentas
São plantas que apresentam raiz, talo ou folhas engrossadas, característica que permite o armazenamento de água durante períodos prolongados. Bastante fáceis de cuidar, elas costumam “avisar” do que precisam, basta prestar atenção aos detalhes. “Se as folhas começarem a murchar, aumente gradativamente a quantidade de água; se as folhas da base começarem a apodrecer, diminua. Se ela ficar fina e perder muitas folhas, não está recebendo a quantidade necessária de luz. O ideal é proporcionar pelo menos quatro horas diárias de sol para que elas sobrevivam com saúde”.
Lança de São Jorge
É uma das espécies de plantas mais indicadas para cultivo dentro de casa. Além de ser uma planta fácil de cuidar – exige poucas regas e quase nada de adubação – a Lança de São Jorge se desenvolve muito bem em ambientes de baixa luminosidade, sendo ideais para aquele cantinho da sala sem muita luz.
Cacto
Ótima opção para quem não tem tempo ou jeito para cuidar de plantas, a espécie gosta de muitas horas de luminosidade direta e pouca água. Quanto mais sol seu cacto receber, mais robusto e bonito ele ficará. Quando plantado em vasos, ele estaciona seu crescimento ao perceber que o espaço acabou.
Bromélias
Com vários tipos diferentes de flores e folhas, a bromélia pode apresentar as mais variadas cores e complementar a decoração de qualquer ambiente. A luz direta pode queimar suas folhagens, portanto prefira mantê-las na sombra. Lembre-se também de molhá-la a cada dois dias.
Palmeira Ráfia ou Rápis
Esta é uma planta perfeita para ter dentro de apartamento: muito bonita e fácil de cuidar, esse tipo de palmeira é ideal para ser cultivada em salas de estar, por conta do seu tamanho mais avantajado. Deve ser mantida protegida do sol, mas em um ambiente com boa qualidade de luz natural.
Já quem deseja ainda ter uma horta em casa deve iniciar da forma mais simples, aconselha Regina: “comece comprando vasos plantados e deixe na sacada ou em seu quintal. Veja como funciona a dinâmica e aí você pode investir em um espaço para horta plantada em casa ou em vasos, inclusive até com os modelos auto irrigáveis”.
Espécies que devem ficar longe de crianças e animais
Em casas com crianças e animais domésticos, é preciso ter um cuidado especial, já que algumas espécies desencadeiam processos alérgicos ou são venenosas. Conheça algumas espécies que devem ser evitadas:
Antúrio
Todas as partes da planta possuem oxalato de cálcio, cujo princípio ativo oferece riscos a saúde dos animais. Os sintomas são vômitos, diarreia, salivação, asfixia, inchaço da boca, lábios e garganta, e edema de glote (uma reação alérgica tratada com adrenalina).
Azaleia
A adromedotoxina, encontrada principalmente no néctar da planta, ao ser ingerida pelo cachorro pode causar distúrbios digestivos e alterações cardíacas.
Bico-de-papagaio
“Esta planta é perigosa até para nós humanos”, explica Regina. “Quando seu látex leitoso entre em contato com os olhos causa irritação, lacrimejamento, inchaço das pálpebras e dificuldades na visão”. Mas com os animais domésticos o perigo é ainda maior. “Apenas o toque na planta é suficiente para causar lesões na pele e conjuntivite canina”. Em caso de ingestão, pode causar náuseas, vômitos e gastroenterite (inflamação que afeta o estômago e o intestino), adverte a especialista.
Espada-de-São-Jorge
Produz substâncias como glicosídeos prenúncios e saponinas esteroidais, que são tóxicas tanto para humanos quanto para animais. No caso de ingestão, essas plantas podem irritar a mucosa, levando a dificuldade de respiração e de movimentação, além de salivação intensa nos pets.
Lírio
Todas as partes da planta são tóxicas. Após serem tocadas ou ingeridas, os animais podem apresentar irritação oral e coceira na pele ou mucosas, irritação ocular, dificuldade para engolir e respirar, alterações nas funções renais e neurológicas.
Hortênsia
Possui uma princípio ativo chamado hidrangina, que a torna venenosa. Sua ingestão pode causar náuseas, irritação na pele, dor abdominal, letargia e vômitos. “Não é preciso jogar a flor fora, apenas certifique-se de mantê-la fora do alcance de crianças, que podem se atrair pela cor forte e por sua exuberância”, observa Regina.
Tinhorão, Comingo-ninguém-pode e Copo-de-leite
A ingestão delas provocam reações como inchaço de lábios, boca e língua, sensação de queimação, vômitos, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia. Em contato com os olhos, elas podem provocar desde irritação até lesão na córnea.
Begônia
Sua ingestão pode provocar irritação na boca, língua e lábios, dificuldade em engolir e sensação intensa de queimadura.
Dama-da-noite
Suas partes tóxicas são os frutos imaturos e suas folhas, que se ingeridos pelos pets podem causar náuseas, vômito, agitação psicomotora, distúrbios comportamentais e alucinações.
Hera
É tóxica por inteira, o seu óleo urushiol irrita principalmente mucosas, causando coceira excessiva, irritação nos olhos, irritação oral, dificuldade de deglutição e até mesmo de respiração.
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